Menu

15 maio 2016

Quebra de rotina.




  Sete horas da manhã: Entrar no carro e colocar Pompeii para tocar é a primeira coisa que sempre faço, todos os dias. Como uma rotina. Bastille está entre uma das minhas bandas preferidas, e essa música tem um significado extremo para mim. Não importa como esteja minha vida, se tal está compatível com a letra da música ou não, eu sempre irei ouvi-la, e refletir sobre tudo.
  É incrível como a vida muda de caminho tão de repente. Em um momento me vi presa na mesma música, pensando nos mesmos acontecimentos todos os dias, e pela primeira vez, decidi não toca-la, para ouvir outra indicada por alguém. Aquele outro ritmo, outra melodia, outras palavras, fez-me aliviar o coração.
 "O que fazer quando alguém muda sua rotina com uma simples música?" Pensei. Entretanto, não foi somente por isso, e sim por tudo que havia acontecido nessas últimas semanas. O cansaço de tantas escritas sofridas para acalmar os sentimentos, o atraso em relação a tudo que eu havia deixado para trás por pensar que eu não iria conseguir, vi sumir quando eu percebi que uma simples quebra do cotidiano havia sido feita. Uma música. Um alguém. Difícil manter os dois em uma mesma linha quando a música diz algo e o alguém, inspira-te em outros detalhes.
 Sempre quis mudar, porém, arriscar nunca foi meu forte. O desejo de alcançar o céu na esperança de fazer a diferença na vida de todos ao meu redor foi arrancada quando, pela primeira vez, vi meu coração quebrado pelo amor. Ah, o amor. Esse sim me fez mudar e me trazer tantos prejuízos. Mas, e quando você conhece alguém que não se enquadra no estereótipo de amigo, ou amor? Quando conhece alguém que por destino, reconhece no teu sorriso a vontade de querer ser diferente, e, mesmo que inconscientemente, faz-te uma pessoa melhor. Qual atitude tomar quando alguém consegue te mostrar do que é capaz, e que o mundo está aqui somente para você? Agradecer?
 Apenas deixo ser. Entre abraços, conselhos, o modo que tal me faz aspirar sobre a vida. Tento aproveitar extremamente cada oportunidade que me vejo ao lado dele, por mais que isso talvez não seja recíproco, ou que assuste. Ver-se transbordar, ao invés de completar, é algo tão estranho mas ao mesmo tempo surreal: Querer um alguém já completo; querer estar sozinha; satisfeita consigo mesma mas na companhia dele. Talvez isso ocorra quando a gente consegue finalmente amadurecer.
 Estou deixando um pequeno pedaço do que sou com o indicador da música que me fez mudar todo meu trajeto para mais um extenso dia: Sem platéia, sem dúvidas, sem seriedade. Apenas com uma vontade gigante de mostrar quem eu sou, e o que posso fazer enquanto ainda estiver na vida dele. Talvez ele não saiba e nunca vá saber o quão foi importante a passagem dele por aqui (O que espero não ser apenas mais uma passagem) e que uma misera música mudou toda a forma do meu dia. Mas, de algo eu tenho certeza: Eu estou melhor, e quero mostrar que posso faze-lo melhor e mais forte também. Mesmo que meu agradecimento esteja em um disfarçado olhar de adeus todas as vezes que nos vemos, apesar de ele nunca ter notado nisso.
  Sete horas da manhã. Entrar no carro e colocar  Young and Able para tocar é a primeira coisa que sempre faço, todos os dias. Como uma rotina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário